A sua volumetria simples de paralelepípedo rectângulo é implantada de forma a permitir a leitura do espaço que o recebe embora afirmando-se de forma incontestável no Pátio de Armas. A nossa ideia de revitalização do castelo de Arraiolos obriga a uma lógica de afirmação mediante intervenção contemporânea recorrendo a elementos tradicionais e/ou simbólicos rapidamente reconhecíveis, mas reinterpretados. Esta intenção é análoga aos princípios da teoria do regionalismo crítico.
A utilização de uma fachada recorrendo ao uso dos elementos tem por funções:
. A criação de uma imagem forte identificada como um Tapete de Arraiolos. Nela estão reunidos os elementos que conjuntamente com as cores e motivos remetem para os diferentes percursos na vila podendo (leia-se devendo) estes ser alargados ao concelho;
. O atravessamento visual mediante desmaterialização de forma a permitir a leitura do espaço envolvente;
. Estabelecer, desde o interior, uma relação constante com a envolvente;
. A criação de efeitos visuais tirando partido, de dia e noite, das sombras projectadas;
. O aproveitamento da luz natural não perdendo de vista o controlo da incidência solar dentro do espaço.
O posicionamento do volume foi pensado de forma a interferir o mínimo possível com o espaço envolvente, e tendo em consideração a irregularidade do piso onde este está colocado, a sua implantação minimiza os pontos de contacto ao solo originando novos espaços.
O aproveitamento da zona de maior desnível (abaixo do nível médio da cota do Pátio de Armas) promove a valorização da segunda entrada no Pátio de Armas, não a renegando para segundo plano, mas atribuindo-lhe uma experiência diferente de entrada no espaço. O novo espaço originado serve ainda para albergar o recinto para as 10 a 15 ovelhas pretendidas com área de pastagem (as ovelhas devem tanto quanto possível passear pelo recinto intramuralhas sendo esta a sua zona de pastagem e para pernoitar) e suas respectivas instalações higiéno- sanitárias.