A proposta pretende manter (recuperar e renovar) o edifício principal existente, de tipologia em “U”, visto ser representativo da arquitectura tradicional local, de traça erudita. Indispensável para a preservação do centro histórico e consolidação do conjunto que forma com a Igreja.
Na zona de logradouro propõem-se a construção de uma edificação única de volumetria em “U” (na vertical), com a criação de dois novos volumes unidos pela base mas independentes desde a cota de soleira. Reinterpretação das volumetrias do edificado envolvente, no sentido de reequilibrar a ruptura de escala. Dois novos volumes emergentes, em estreito diálogo com o jardim e o edifício antigo. As partes “a cheio”, com aberturas mínimas, à semelhança da arquitectura tradicional do sul do país, contrastam com “a ausência” de massa a nascente, conferida pela combinação de vidro e coberto vegetal.
A cobertura vegetal, constituída por uma parreira de folha caduca – elemento de referência na arquitectura regional – montada sobre uma latada simples, surge como elemento unificador, contribuindo ainda para o conforto térmico e ambiental.
A articulação entre novo e antigo é conseguida através de variações lineares entre cheio/vazio, que proporcionam um maior alinhamento visual e conferem dimensão espacial ao conjunto do edificado. Esta intenção é reforçada com a leitura da cobertura vegetal, em linha, que acompanha esta transição.