CASA MONTARGIL

O programa consiste na construção de uma habitação unifamiliar com 250 m2 de área coberta e com um único piso.
A implantação da casa é determinada por condicionante programáticas e relações com o contexto envolvente acima referido.
De forma a limitar ao máximo a movimentação de terras, a casa acompanha o declive natural do terreno. É de salientar que serão preservados todos os sobreiros existentes sendo a casa obrigada a contornar os mesmos respeitando o devido recuo de forma a não interferir com as suas raízes.
Optou-se por uma morfologia que tem por base a reinterpretação tipológica da arquitectura da região. Dois volumes longitudinais “em massa”: um de duas águas onde se localizam os espaços comuns (sala, sala de jantar, cozinha e arrumos) e um segundo, de uma só água, onde estão agrupados os espaços privados (quartos).
A nova edificação, composta por uma estrutura em betão com reforço de isolamento, rebocado e caiado a branco, obedece a uma reinterpretação da volumetria e tipologia tradicional, mediante a utilização de volumes simples que se articulam com zonas exteriores controladas e ainda na abertura de vãos e chaminés, segundo métrica recorrente.
Os dois volumes principais são unidos mediante uso de um volume intermédio, que exerce a função de rótula, mas que se materializa de forma diferente, com recurso a materiais leves como o metal, o vidro e uma envolvente vegetal, permitindo uma melhor integração da envolvente, deixando assim, sobressair os dois volumes em massa. A sua cobertura deverá ser recoberta por uma camada vegetal constituída por plantas rasteiras locais, irrigada para dar origem a um melhor controlo térmico.
Na envolvente deste volume e em zonas de estada exteriores, prevê-se a plantação de parreiras de folha caduca procurando, de forma passiva, promover o conforto térmico interior. A utilização desta cobertura vegetal, montada em estrutura leve de ferro e tirantes (latada) permite um maior controlo da incidência solar, nos espaços interiores e exteriores, durante os diferentes períodos do ano.
Sob a zona de cozinha e arrumos e cingindo-se aos limites dos volumes principais, foi prevista uma cave técnica, destinada a alojar acumuladores do sistema de captação de energia solar (a prever), depósitos de recolha de águas pluviais, assim como outros sistemas necessários a uma habitação sustentável.
No exterior afim de minimizar a manutenção mas também a impermeabilização do solo, prevê-se o uso da terra compactada e estabilizada.
O caminho necessário para o acesso à casa será constituído por dois trilhos compostos por elementos pré-fabricados alveolados, em betão, assentes sobre terra compactada e estabilizada de forma a permitir a permeabilização do solo e minimizar o impacto visual.

LOCALIZAÇÃO: Herdade “Gamoal e Gamoalinho”, Montargil - Ponte de Sôr, PortugalCLIENTE: PrivadoÁREA DE CONSTRUÇÃO: 250 m2PROJECTO: 2007ARQUITECTURA: Pedro Mariguesa ArquitectosCOLABORAÇÃO: Ana MorgadoESTABILIDADE: Eng. André MachadoESPECIALIDADES: Eng. Francisco CarmonaIMAGENS 3D: Hugo Formiga